A
partir da leitura de vários contos de diversos autores e após o
trabalho com o gênero, os alunos do 8º ano A foram os escritores de
contos de horror. A proposta foi escrever um conto do qual
participasse uma personagem que criaram em aula, um objeto que lhes
causasse medo e muita criatividade. Os alunos fizeram a reescrita do
conto e então foram selecionados, primeiramente, quatro contos que
foram lidos para a turma. Dos quatro contos, o grupo elegeu o melhor
para ser divulgado.
Abaixo você pode se
deliciar com um dos belíssimos trabalhos finais.
Professora
estagiária: Fabiane Cristiane Waechter
Professora
titular: Silvana Patussi
A
estrada do medo
Ellena
falava ao telefone com sua mãe enquanto dirigia, pensando que em uma
rua não movimentada isso era possível. Ela dizia que ficaria alguns
dias longe de casa porque não aguentava mais sua vida, deixando tudo
de lado. Depois de uma discussão pelo telefone, brava e aos prantos,
Ellena desliga o aparelho com frieza e agressividade. Mas de repente,
a mulher paralisa e tenta desviar o carro de uma figura estranha no
meio da estrada. Seu carro começa a capotar e sai da pista. Sem
controle da situação, a mulher pensa que sua hora chegou, passando
por uma mata densa, seu carro finalmente é parado por uma árvore e
depois disso, tudo se apaga.
Algumas
horas depois, Ellena acorda sem saber o que aconteceu após seu
descontrole ao volante. Sangrando, a mulher sai do carro e anda pela
floresta procurando por ajuda. Andando por algum tempo, ela acha um
pequeno chalé aparentando ser antigo e desocupado. Sem pensar duas
vezes, a moça entra na casa. Mesmo parecendo desocupado, Ellena
avista várias fotos onde se encontram uma jovem menina, aparentando
ter 6 a 7 anos, com grandes cabelos castanhos, um lindo vestido
branco e uma pele muito pálida. A mulher acha estranho, pois se
lembra que essa garotinha era a figura que aparecera na estrada.
Muito
curiosa, Ellena sai vasculhando o local. Entra em um cômodo onde
acha um pequeno diário. Sem demora, a mulher começa a ler o objeto,
onde estava escrito: “Depois que mamãe morreu, eu fiquei com medo.
O papai está estranho desde que isso aconteceu. Ele não para de
mexer nas suas ferramentas, principalmente na motosserra. Parece que
ele está pretendendo usá-la, só não sei para que.” “Hoje o
papai gritou comigo e pela primeira vez, ele disse um palavrão. Mas
em compensação ele também disse que logo vai usar a sua motosserra
e é para eu ir junto com ele para ver a surpresa que irá fazer.”
Ellena ficou espantada. Ela desconfiava do que poderia ter acontecido
com a pobre garotinha. Mas então, se perguntava como tinha a visto
na estrada antes.
Para
poder descansar um pouco, a moça vai ao banheiro da casa e tenta
tirar o sangue de seu rosto. Seus pensamentos são em fugir
rapidamente dali. Mas ao erguer a cabeça, depois de tê-la limpado
todo, Ellena é agarrada por um homem descabelado e sujo. Seus gritos
não o faziam parar. Ele estava a levando para um quartinho ao lado
da casa, trancando ela lá e dizendo que logo seria a vez dela
partir.
Fora
daquele quarto o homem começa a cavar, parecendo estar fazendo um
túmulo. Descontrolada Ellena começa a chorar, mas de repente ouve
um sussurro. Então ela vê a pequena menina de antes que, sem falar
nada, lhe mostra uma saída por uma fresta suficientemente grande
para que ela pudesse passar.
As
duas saem correndo, mas são avistadas pelo homem, que ligeiramente
pega a sua motosserra e corre atrás delas. Finalmente as duas acham
a estrada, o pior é que deram de cara com o homem. Sem poder dar
mais de dois passos, Ellena é cortada ao meio. E neste pouco tempo,
ela percebe que a menina some como espírito, temendo a motosserra de
seu pai que a matava noves anos atrás. Depois de tudo aquilo, o
homem nunca apareceu novamente por lá, mas muitos relatos dizem ter
visto uma pequena menina acompanhada de uma mulher mais velha vagando
pela beira da estrada.
Aluna
Ester L. D. Dick