Ao
falarmos sobre a imigração nas aulas de Arte, iniciamos apreciando
a reprodução da obra “Navio de emigrantes”, de Lasar Segall. Os
alunos olharam atentamente e citaram que havia muitas pessoas nesse
barco e que passava a sensação de estarem cansados. Com um olhar
mais atento, com um investimento de tempo, comentaram que algumas
pessoas pareciam estar tristes e doentes. Conversamos sobre o andar
de barco e alguns alunos relataram que já haviam andado. Relembrando
essa experiência, trouxeram para a turma a lembrança de uma momento
alegre e divertido. Comparamos então com a imagem trazida pelo
artista. Por que será que aquelas pessoas não estavam transmitindo
a sensação de felicidade, alegria?
Nesse
momento, os alunos estabeleceram relações com as aulas das
professoras titulares, quando compreenderam que muitas daquelas
pessoas estavam passando por um momento de dificuldade em suas vidas
e que a viagem de barco não era uma atividade turística, mas uma
completa mudança de rumo na vida.
Conversamos
sobre o que aquelas pessoas estariam levando consigo para esse
reinício de vida. Muitas foram as hipóteses e, diante dessas
possibilidades, foi proposta a atividade “Mala de viagem”. Nessa
atividade, cada aluno teria que ser imaginar um imigrante que levava
consigo uma mala. Porém, nessa mala só poderia haver cinco itens.
Que desafio foi perceber o que é realmente fundamental para a viver.
Realizamos desenhos desses elementos e uma mala de papel.
Posteriormente, casa aluno trouxe esses objetos para a aula e os
apresentou à turma. Nesse momento, foi possível perceber as
preferências e os estilos de vida de cada aluno presentes nas
escolhas dos objetos.
Após,
realizamos uma atividade de fotografia com uma mala antiga.
Conversamos em sala sobre o quão difícil deve ser essa despedida e
optamos por simular esse último estar em sua terra natal. Cada aluno
escolheu um lugar da escola para ser fotografado junto da mala
antiga, que simula a mala da viagem. Na aula seguinte de informática,
essas fotografias foram manipuladas digitalmente a fim de conferirem
uma visualidade que lembra fotografias antigas e uniram essas imagem
a uma carta que escreveram imaginando que estavam fazendo uma viagem,
dessa vez de trem.